Importância da transição

15/09/2022

O Engenheiro Agrônomo Douglas Dizula do Tecpar ministrou a palestra “Importância da transição para sistemas produtivos mais sustentáveis”, durante o Encontro Estadual de Orgânicos, realizado pela AEAPR-Curitiba. Na oportunidade, o especialista falou sobre agricultura biodinâmica, biológica e natural.

Para Dizula, quando há equilíbrio no ambiente, há como evitar o uso excessivo de insumos e pesticidas. Há culturas inclusive que nem usam de plasticultura na agricultura natural. O especialista trouxe o perfil do agronegócio no Brasil que é de monocultura em grandes extensões com agricultura convencional e uso intensivo de máquinas, equipamentos e insumos, o que aumenta a produção de alimentos e diminui os preços aos consumidores. Como o orgânico é produzido pela agricultura familiar, demanda uma mão de obra mais artesanal e morosa, o que encarece a comercialização.

Em relação à transição, o especialista defende a gradualidade para melhorar o manejo e o uso consciente dos agrotóxicos, com equipamentos de proteção na aplicação. A produção orgânica deve ser auditada, certificada, e sustentável, gerando menos impacto ao meio ambiente, sem dependência de energia não renovável. Além disso, o sistema de produção sustentável deve produzir de forma ambientalmente responsável, economicamente viável e socialmente justa.

Como o Paraná tem a meta de 100% da merenda escolar ser orgânica, o desafio é avançar na transição, por meio da redução e racionalização de insumos, substituição por insumos de origem biológica, manejo da biodiversidade e redesenho dos sistemas produtivos, além da expansão da consciência política, transformação da relação humana x natureza, reforma agrária, organização e infra-estrutura, mudanças na pesquisa e extensão, políticas públicas, e inovações na legislação ambiental.

“A transição para o sistema orgânico envolve a adoção de práticas conservacionistas, definidas em um Plano de Ação. Essas práticas são verificadas em campo e podem ser reunidas em um processo que facilita e orienta o trabalho do extensionista e o diálogo com o agricultor. O produto orgânico busca uma forma mais equilibrada de produzir”, afirma Dizula.