Importância da entidade de classe na vida do profissional da Engenharia Agronômica

08/05/2024

Antes de falar sobre a importância de uma entidade de classe como a AEAPR-Curitiba (Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná-Curitiba) vale recordar o que representa a produção agropecuária no Paraná e como foi a evolução através dos tempos. Para iniciar, segundo dados do IPARDES, o agronegócio paranaense é responsável por 33,9% do PIB. O Paraná se destaca na produção de grãos (soja, milho, feijão), mas também na produção de frango, peixe, erva mate entre outros. Já no Brasil, este setor respondeu por 4,91% do total do valor bruto de produção nacional (IBGE, 2020a).

A Engenharia Agronômica, embora com seus primórdios no século retrasado, na Bahia, é uma profissão relativamente nova. Veio a ser reconhecida no dia 12 de outubro de 1933 quando foi promulgado o decreto 23.196/1933, dia esse que passou a ser comemorado como “Dia do Engenheiro Agrônomo”. A profissão foi regulamentada por intermédio desse decreto, sendo regida pela lei federal 5.194, de 1966. Os profissionais da área receberam atribuições específicas a partir da resolução 184 de 1969, revogada pela 218 de 1973, que vigora até hoje.

A produção agropecuária apresenta um complexo de sistemas e interações, muitas vezes desafiante para o profissional graduado. A abrangência do currículo da Engenharia Agronômica é tão ampla que dá ao profissional um leque muito grande de conhecimento e capacitação, permitindo a ele conseguir chegar a soluções necessárias aos desafios oferecidos pela agropecuária e agronegócio, ou seja, dentro e fora da “porteira”.

A habilitação dada pela Engenharia Agronômica e chancelada pelo CREA/PR permite ao profissional resolver problemas nas múltiplas áreas demandadas pela produção agropecuária. A exemplo, do manejo de culturas, definindo espécies e cultivares, época de plantio, qualidade da semente/muda, sistema de cultivo e adubação, dentro dos preceitos da preservação ambiental, métodos de controle de doenças, pragas e planas invasoras, necessidade de irrigação, até a colheita, limpeza e armazenamento e comercialização.

É o Engenheiro Agrônomo especialista em melhoramento que trabalha no desenvolvimento de novos materiais genéticos adaptados tanto na área vegetal (novas cultivares) como na animal (novas raças). É através da Engenharia Agrícola que se aprende técnicas de construções rurais (barracões, barragens, pontilhões, silos e armazéns, etc), manejo e regulagem de máquinas agrícolas, e na Zootecnia que se prepara para o manejo de criações.

Está tão em voga o método de produção que integra lavoura, pecuária e floresta, onde o Engenheiro Agrônomo é peça fundamental na orientação, assim como na produção de matéria prima para a indústria de celulose, móveis e construções, desde a orientação de reflorestamentos até a transformação em tábuas e celulose.

É possível também a orientação sobre variáveis climáticas na interação com a fisiologia das plantas, assim como a capacitação em Econômica Agrícola e Sociologia da atividade agropecuária, com a formação de grupos de produtores e instalação de cooperativas, em suas atividades como extensionista.

O Engenheiro Agrônomo, através da área de Tecnologia de Alimentos e Química também é preparado para organizar indústrias de transformação de alimentos e de plantas medicinais, para a verticalização da produção em envazados de frutas e verduras.

Então, depois desse resumo do ecletismo da profissão do Engenheiro Agrônomo, qual é a importância da entidade de classe, como a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná-Curitiba, na vida do profissional da Agronomia.

Historicamente, a AEAPR-Curitiba tem suas raízes na antiga Associação dos Agrônomos e Médicos Veterinários do Paraná, agregando os profissionais dessas duas classes, fundada em 1929.

É a casa do Engenheiro Agrônomo e do acadêmico em final do curso de Agronomia, para discussões técnicas visando ao seu aprimoramento profissional, para intercâmbio técnico-científico, para participação em eventos e debates profissionais da área, para a realização de viagens técnicas, como visitas a Hortitec e outras feiras de interesse profissional, para encontros festivos, tal como a comemoração do Dia do Engenheiro Agrônomo e outros particulares do profissional com seus familiares e amigos. Também pode servir como apoio temporário para que o profissional tenha logística mínima para seu trabalho técnico. É na AEAPR-Curitiba o foro adequado para análise do comportamento ético do profissional da Agronomia.

Cabe ressaltar aqui a proposta do Presidente Lucchesi, gestão 2009-2012 e que continua válida para os dias de hoje, de pontos do Planejamento Estratégico da AEAPR/Curitiba que reforçam a inserção da regional de Curitiba na vida do profissional da Agronomia e da sociedade como um todo.

Nosso negócio: Fortalecimento da profissão

Nossa missão: Congregar os Engenheiros Agrônomos promovendo sua valorização na sociedade

Nossa visão: Ser a promotora da formação de novas lideranças na Agronomia; ser a casa dos Engenheiros Agrônomos e lugar onde as pessoas possam ir; tornar-se o centro de excelência para o aprimoramento e aperfeiçoamento profissional; tornar-se um elo entre as gerações de Engenheiros Agrônomos; conquistar o respeito da sociedade, principalmente no meio urbano; que a categoria profissional seja valorizada e cuja opinião seja respeitada como referência na formulação de políticas públicas

Nossos valores: Atuar com lealdade aos interesses da profissão da Engenharia Agronômica; defender a Engenharia Agronômica como uma profissão indivisível e com visão holística; atuar politicamente na sociedade sem o viés de ideologias político-partidárias; ter compromisso com a valorização do bom exercício da Engenharia Agronômica; respeitar a diversidade de opiniões e ideias; ter a união, o crescimento e o crescimento do corpo associativo como prioridade; estar permanentemente abertos para o diálogo e interação com profissionais de outras área de interesse da sociedade.

Texto produzido por:
Nilceu R.X. de Nazareno
Membro do Conselho Fiscal da AEAPR-Curitiba Gestão 2023/2025
CREAPR 5737/D

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Paraná (1974), mestrado em Plant Pathology - University of Minnesota (1979) e doutorado em Plant Pathology - Ohio State University (1992). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitopatologia, principalmente nos seguintes temas: epidemiologia, manejo integrado de doenças, controle químico, produção orgânica e melhoramento de batata.