Principais desafios na produção de orgânicos

14/09/2022

A primeira palestra do Encontro Estadual de Orgânicos, promovido pela AEAPR-Curitiba, foi ministrada pelo Engenheiro Agrônomo Júlio Bittencourt Veiga do IDR-Curitiba, sobre os Principais Desafios na produção de orgânicos e como superá-los.

De acordo com o palestrante, entre os desafios está o avanço de área do modelo de produção, que já avançou muito, principalmente pela pressão da sociedade e do consumidor. Há ainda algumas barreiras e resistência que freiam o processo, apesar de todo o avanço. Há uma disputa entre a agricultura convencional e a orgânica; dificuldades culturais, resistência à mudança, enfraquecimento dos processos coletivos, modelos quimicista x biológico, falta Ater: em quantidade e capacidade; pesquisa insuficiente; falta de apoio com políticas públicas.

Segundo o especialista, há 72 bilhões de hectares de produção orgânica no mundo, sendo 1,6% de toda área plantada no mundo. O Brasil teve em 2019 um crescimento de 94 mil hectares de área plantada orgânica. O número de produtores no mundo em 2019 era de 3,1 milhões em orgânicos.

No sistema produtivo, para superar as dificuldades tecnológicas e avançar na transição é preciso superar a fase crítica da conversão, com acesso à normativas, produtos permitidos e proibidos, mudança no sistema (aspectos normativos e educativos), baixa produtividade, valor de mercado convencional, inserção no mercado orgânico, e atentar para a Portaria 52 (exigência de sementes e mudas orgânicas). O Programa Paraná Mais Orgânico, Programa de Ater pelo IDR e Programa de Pesquisa têm apoiado esta transição em prol da agroecologia.

Em relação ao manejo do solo, pragas e fertilidade existem tecnologias e pesquisas pensando na ciência da academia e do agricultor. Já existem cerca de 3 mil trabalhos científicos sobre o assunto, segundo o especialista. Entre as soluções estão bioinsumos, condicionamento climático, espécies adaptadas, variedades resistentes, nutrição adequada, biodiversidade e fauna auxiliar, além do processo educativo com assistência técnica, organização e planejamento sistêmico, e abordagem participativa e horizontal. “É sugerido fazer uma transição gradual pensando em ampliar a eficiência, produzindo mais com menos”, explica.

Conteúdo na integra: https://www.youtube.com/watch?v=-fy0iA-24ME